Volume produzido em 22 fábricas foi de 580 mil litros, uma alta de 29% nesta safra
A produção de azeite no Rio Grande do Sul teve uma alta de 29% na safra 2022/23, na comparação com o período anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (03) pela Secretaria da Agricultura do Estado.
As fábricas ou lagares produziram o recorde de 580.228 litros ante os 448.500 litros da safra anterior. O número de lagares também subiu de 17 para 22, e o total de marcas passou de 70 para 92, um aumento de 32%.
Segundo avaliação do Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura, o Pró-Oliva, os fatores que explicam o aumento da produção são a entrada de novas áreas em produção, o investimento dos produtores em tecnologia e manejo dos olivais e a resistência das oliveiras à estiagem, que tanto atrapalhou outras culturas no Estado, como soja e milho.
Para se ter uma ideia da expansão da olivicultura gaúcha, implantada há cerca de 15 anos, em 2018 foram produzidos apenas 58 mil litros de azeite extravirgem.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de azeite, com cerca de 75% do volume.
Atualmente, a área plantada pelos produtores gaúchos é de 6.200 hectares, sendo 4.300 hectares em idade produtiva, ou seja, árvores plantadas há quatro ou mais anos.
A atividade envolve 330 produtores, distribuídos em 110 municípios, a maioria deles na Metade Sul do Estado. O destaque fica para as plantações em Encruzilhada do Sul, Pinheiro Machado, Canguçu, Caçapava do Sul, São Sepé e Cachoeira do Sul
Colheita da oliva no Rio Grande do Sul
Os maiores desafios da olivicultura, segundo os representantes do setor, são uma maior inserção dos azeites gaúchos no mercado brasileiro e o crescimento do turismo da oliva, o chamado olivoturismo.
“A grande dificuldade é o escoamento da nossa safra, a comercialização do azeite. Sofremos pressão de produtos importados de baixa qualidade e preço mínimo. Nosso azeite extravirgem é colhido e produzido de forma diferente e tem uma qualidade extremamente superior a dos que estão na gôndola e, por isso, têm um preço diferenciado”, diz Renato Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro da Olivicultura (Ibraoliva).
Segundo o instituto, menos de 2% do azeite extravirgem consumido no país é nacional. O Brasil, segundo maior importador de azeite do mundo, atrás dos Estados Unidos, importou mais de 100 milhões de litros em 2021, principalmente da Espanha, Portugal, Grécia e Argentina.
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